Assisti esse documentário recentemente e cada vez mais me preocupo com o que estou ingerindo. Na verdade, cheguei a conclusão de que estamos nos matando aos poucos com tanto trigo e açúcar que ingerimos. É aterrorizante!
Uma campanha de beleza chamou a atenção para um fato simples: somos extremamente rigorosas com a forma como nos vemos. Incluímos defeitos onde não existe. E como provar isso? Por essa campanha.
E você? Seria capaz de se descrever próxima ao que de fato é?
No mundo das bonecas tudo é lindo, mas a fotógrafa canadense Dina Goldstein (a mesma que idealizou o ensaio fotográfico das princesas Disney não sendo tão feliz para sempre assim...) resolveu mostrar um lado totalmente diferente - e bem mais próxima do real. Com o nome “In The Dollhouse”, o projeto registra a vida íntima de Barbie e Ken. Levando uma vida nada perfeita, o casal que parece estar em um casamento de aparências, onde ela é uma mulher poderosa e ele um marido que tem dúvidas sobre sua sexualidade.
Tenho reparado muitas releituras das princesas Disney. Já postei aqui, aqui e aqui algumas dessas releituras.
Fiquei refletindo sobre isso. Por que representar as princesas em cenários diferentes das histórias infantis ou com roupas que não as suas? E aí me deparei com uma constatação óbvia: as princesas, enquanto idealizações, só um tipo inatingível. E todos que assistiram os filmes da Disney foram, em algum momento, tomados pela curiosidade de saber como é depois do "viveram felizes para sempre". Sim, pois as princesas se casariam, teriam relações sexuais, brigariam, acordariam de mal humor, engordariam, teriam filhos... E se elas cometessem crimes? Se divorciassem? Se tornassem zumbis?
Na nossa infância, muito provavelmente, o nosso primeiro ideal feminino fora da família foi a professora da escola. Muitas de nós crescemos imitando a Xuxa e as princesas da Disney. Elas são delicadas, corajosas, querem casar e ter filhos com um príncipe encantado - um homem valente, bonito e "sério", perfeito para casar. Elas traduzem o modo de pensar de uma determinada época.
Durante anos fomos ensinadas a esse ideal. casar, ter filhos, sermos delicadas e refinadas. Não penso que seja errado, mas penso que seja danoso não considerar as pluralidades de personalidades existentes. Muitas mulheres buscam a máxima realização desse modelo. E isso, sim, é impossível. Ai, me pergunto: por que não ser mais descolada? Não ligar para o peso?
Não somos perfeitas. Acordamos de mal humor, usamos roupas comuns, brigamos.. Lentamente, aquele velho modelo de mulher-mãe-esposa cai por terra. Numa campanha pela beleza real, pela mulher real, por uma vida menos artificial em modos e gestos atribuídos à mulher, as princesas se transformam naquilo que nós buscamos todos os dias sermos - normais em nossas individualidades.
Como as princesas são perfeitas, vê-las em cenas constrangedoras, comuns, cotidianas, tristes, violentas, dentre outras é, na verdade, aproximá-las um pouco de todas nós. Talvez, por isso, tenhamos nos interessado tanto por vê-las assim. E toda a produção artística respondendo essa demanda.
Olha que trabalhos bacanas:
Para o artista Herr Nilsson, elas são assassinas e empunham armas. Herr definiu suas ilustrações nos muros e paredes como: “As princesas obscuras são um retrato da violência, mas também de como olhamos para o bem e para o mal no mundo. Todo mundo espera que uma princesa de conto de fadas esteja sempre bonita e se comporte bem.” A declaração foi dada ao jornal “The Local”, via Facebook.
Tatuadas:
Estilo Halloween:
Witit Karpkraikae decidiu zumbificar as princesinhas da Disney:
Já o ilustrador americano Steevin resolveu repaginar as princesas Disney como super heroínas. Elas são “Defensoras do Reino Encantado” e possuem uma história completa lá no DA steevinlove.
Punks:
Com roupas comuns:
Como suas vilãs:
Dante Tyler colocou as meninas como capa da Vogue (clique para ampliar):
Como Sailors:
A ilustradora israelense Rayut Siman Tov quis mostrar numa série de desenhos denominada “As provações da princesas da Disney”, as meninas fazendo tarefas comuns no dia-a-dia e totalmente sem glamour:
Hayden Williams as desenhou como lindas tops e com seus vestidos fashions.
Gordinhas:
Nessa série, a fotógrafo Dina Goldstein discute o final de conto de fadas E se a sua princesa favorita da Disney não viveu feliz para sempre? Ariel foi capturada e exibida num aquário, Aurora nunca acordou, Branca de Neve virou dona de casa, Rapunzel teve câncer e etc....
E para fechar com chave de ouro ( de Simone Rovellini)...
Para quem quer ler mais sobre o modelo "princesa" e sua influência no mundo infantil - http://mulher.terra.com.br/comportamento/de-classica-a-valente-figura-da-princesa-muda-conforme-necessidade-infantil,f3cf672f56f3f310VgnVCM5000009ccceb0aRCRD.html
“I don’t like standard beauty — there is no beauty without strangeness.” — Karl Lagerfeld
"A moda não é somente a roupa, a moda é infinita, inclui acessórios, bijuterias. Ela não é útil, mas socialmente necessária. Colabora à necessidade que as pessoas têm de se diferenciar, a moda é o estilo de um tempo. Uma pessoa sem roupa pode ser de qualquer lugar, é a roupa que dá a nacionalidade, a personalidade." - Pierre Cardim
“O incapaz se cobre;
o rico se enfeita;
o presunçoso se disfarça;
o elegante se veste.”
Honoré de Balzac
“Crie seu próprio estilo visual...
deixe-o ser único para você e, contudo,
identificável para os outros.”
Orson Welles
UMA IMAGEM VALE MAIS...
Porque eu amo Karl Lagerfeld...
Homenagem
"Se hoje fosse o último dia de minha vida, queria fazer o que vou fazer hoje? E se a resposta fosse Não muitos dias seguidos, sabia que precisava mudar algo."