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Li e Amei: “Conferências escritas por Christian Dior para a Sorbonne, 1955-1957”

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Eu estava seca de comprar um livro novo sobre Moda. Mas como eu tenho um lado mais humanístico, mesmo me enfartando das imagens de desfiles e  livros de modelagens, eu tenho um gosto especial por livros que revelem o pensamento dos artistas por trás das criações. O que um estilista pensa, de fato, sobre a roupa ou a Moda em si?

Pois que grata surpresa eu tive ao adquirir esse pequeno livrinho (pequeno mesmo! 48 páginas, versão pocket!). Publicado pela Martins Fontes, o livrinho traz duas conferências proferidas pelo mega estilista Christian Dior (1905 — 1957) para a disciplina de Civilização Francesa na Sorbonne. E é interessante imaginar como, já naquele período, existia a preocupação de questionar, analisar e entender a Moda e sua emergência. 



O estilista (criador do New Look e que mudou a mentalidade de racionamento de guerra com suas roupas feitas de muito mais tecido do que o "necessitado") lembra o papel do costureiro, sua relação com as tendências do momento, sua relação com as clientes e etc. Simples, fácil de ler e muito instrutivo, é leitura obrigatória para todos os estudantes e amantes de Moda. Veja algumas citações (mania de Historiador! rs):

Uma roupa - principalmente quando é bem trajada - é mais eloquente do que um costureiro. (p. 11)
Fútil? Não. Não existe mais futilidade na Moda do que na poesia ou na música. Os séculos passam e, com eles, a moda ganha uma espécie de dignidade. Ela se torna testemunha de uma época. Nossos tempo são da imagem. Quando recordamos as épocas passadas, o que vemos primeiro: roupas, uma maneira de estar vestido.(...) (p. 21)
Reconheço que as roupas que criamos são acessíveis a poucos. Não se deve lamentar isso. A elite é necessária a uma sociedade. Além disso, a criação de alta-costura tem pelo menos duas justificativas essenciais. Em primeiro lugar, ela é o protótipo e, como tal, cara. Em segundo lugar, ela representa um tesouro do artesanato consciencioso, um triunfo da habilidade manual, uma forma de obra-prima. Representa centenas de horas de trabalho. É isso que dá o seu valor intrínseco. Mas ela tem outro, inestimável. A criação da alta-costura é como a primeira framboesa ou lírio-do-vale. está à frente do seu tempo e é totalmente inédita. E é ela que, amahnã, pela maneira como será usada, fará a moda de Paris, a moda do mundo. (p. 23)
O desejo de enfeitar sem objeto não vem dos nossos dias: a gama infinitamente variada de ornamentos (botões, bordados, fitas, passamanarias) nos permite especificar o significado, o espírito que queremos dar à roupa. Antigamente, as pessoas nas couraças, assim como bordávamos nos gibões, elementos heráldicos: apesar de ter perdido o seu valor simbólico, o ornamento ainda é parte integrante da roupa, não é um acréscimo. (p. 43-44)

Quer ler mais? Adquira esse livrinho pelos módicos 24,90! É só procurar com calma. Não aceite pagar mais que isso, pois é abuso!

Fica a dica! =)

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