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Como ir vestida para uma defesa.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Quem me conhece sabe que eu sou doutoranda de História. E já passei pelo dificil dilema "do que vestir" na minha defesa de mestrado. Afinal, não dá para usar no dia em que você vai apresentar um resultado de anos de pesquisa roupa de boate e afins, né? A máxima de "para cada ocasião, uma roupa" aqui é válida.

Pois bem, esses dias eu achei no FB esse link com um vídeo da chiquérrima Glória Kalil, ensinando o que usar nessa ocasião. Confira:


Eu adicionaria algumas coisas:

  • Nada de roupas decotadas, muito estampadas ou justas -  não estamos numa festa;
  • Opte por modelos mais formais, sociais. Saias ou calças sociais, camisas sociais e sapato;
  • Caso sua área permita (eu acho que uma defesa de tese SEMPRE é uma defesa de tese), pode usar uma jeans, mas evite calças com lavagens, brilhos exagerados ou rasgos. Escolha um modelo escuro, que não seja justo demais ao corpo;
  • Nada de acessórios berrantes;
  • Unhas discretas (discretas não significa não usar cor e sim não usar purpurina ou aro-íris nos dedos);
  • Atente para o horário da defesa: manhã, tarde ou noite? Isso influi no clima e nas escolhas de calçados e modelos;
  • Não invente penteados mirabolantes ou coisas que possam deixar você desconfortável no momento. Prime pela simplicidade.


É isso. Boa sorte!

Fica a dica! =)

Um passeio com Sócrates no Shopping

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Estava esses dias navegando no blog da minha querida Airan Borges (http://hmuitomais.blogspot.com) e me deparei com um texto fantástico. A autoria é de Frei Beto, um frade dominicano e que também é escritor. Vocês poderão conferir o texto dele na íntegra aqui. Mas por enquanto, deixo os senhores com alguns trechos que me deixaram bastante reflexiva quanto ao que consideramos importante em nossas vidas.


PASSEIO SOCRÁTICO
Frei Betto
       (...) Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?” Ela respondeu: “Não; minha aula é à tarde”. Comemorei: “Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir um pouco mais”. “Não”, ela retrucou, “tenho tanta coisa de manhã...” “Que tanta coisa?”, indaguei. “Aulas de inglês, balé, pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: ‘Tenho aula de meditação!’”
A sociedade na qual vivemos constrói super-homens e supermulheres, totalmente equipados, mas muitos são emocionalmente infantilizados. (...) Ora, como seria importante os currículos escolares incluírem aulas de meditação!
Uma próspera cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não  tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em  relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como estava o defunto?”. “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
(...) A cultura começa onde a natureza termina. Cultura é o refinamento do espírito.  Televisão, no Brasil - com raras e honrosas exceções -, é um problema: a cada  semana que passa, temos a sensação de que ficamos um pouco menos cultos. A palavra hoje é ‘entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da imbecilidade coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é  o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este  tênis,­ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!” O problema é  que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba­ precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
Os psicanalistas tentam descobrir o que fazer com o desejo dos seus pacientes. Colocá-los onde? (...) Acho que só há uma saída: virar o desejo para dentro. Porque, para fora, ele  não tem aonde ir! O grande desafio é virar o desejo para dentro, gostar de si  mesmo, começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento  globocolonizador, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Se alguém vai à Europa e visita  uma pequena cidade onde há uma catedral, deve procurar saber a história  daquela cidade - a catedral é o sinal de que ela tem história. Na Idade Média,  as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil,  constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shopping  centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas;  neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de  missa de domingos. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito,  entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar,  certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer de uma cadeia transnacional de sanduíches saturados de gordura…
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: “Estou apenas fazendo um passeio socrático.” Diante de seus olhares espantados, explico: “Sócrates, filósofo grego, que morreu no ano 399 antes de Cristo, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro  comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser  feliz.”
Li esse texto e fiquei refletindo sobre as sábias palavras do Frei. É verdade. Damos tanta atenção a coisas tão fúteis.
Quando resolvi escrever sobre Moda, sempre pensei que, embora eu tivesse gostos e desejos sobre os objetos que aqui mostro, eu  jamais desejei me reduzir só a isso. Implica dizer: eu não acredito que por não possuir nem 10% do que eu posto aqui eu seja infeliz.
O texto do Frei é profundo e toca em outros pontos tão relevantes quanto: a necessidade de se construir super-pessoas, o quanto damos atenção a uma virtualidade esquecendo do mundo real, o quanto coisificamos e medimos nossa felicidade pelo que temos e não pelo que somos. Isso pode parecer um pouco de auto-ajuda, é verdade. Mas acaba sendo exatamente o que vivenciamos, dia após dia.
Como eu disse, não tenho metade das coisas que posto aqui. Itens Chanel, sapatos caríssimos, vestidos... Quase nada. Mas nunca achei que, por não tê-los, eu era menos que alguém. Ao contrário! O fato de não-tê-los não me torna escrava deles. Me faz refletir sobre a necessidade, a função e o sentido que aquele item tem.
Pode soar hipócrita. Vivemos numa sociedade e eu estou imersa nela. Como diría Aristóteles, o homemque vive separado da comunidade ou é um deus ou um selvagem. E se vivo numa sociedade consumista, é óbvio, terei desejos consumistas. Sou vaidosa, tenho um estilo e tudo aquilo que me agrada em termos de Moda faz com que eu deseje ter. Gosto de me vestir bem, de usar bons produtos, de poder criar uma estética só minha. E isso implica em ter desejos de consumo. A questão repousa, contudo, no quanto eu encaro isso como forma de me tornar feliz. Quero ter um Chanel nº5? Adoraria. Não tê-lo me faz sentir menos feliz ou perdedora diante dos que podem ter? Não. E esse é o ponto de inflexão que muitos se perdem. As pessoas se perdem em acumular mais e mais bens e não acumulam família, amigos, momentos simples... Condicionam o ter ao ser feliz. 
Achei interessantíssima a sugestão do Frei. Levar Sócrates para dar um passeio no shopping. É a forma de percebermos que podemos resistir a tudo isso.


Fica a dica! =)

Algumas palavras sobre o caso Zara

domingo, 21 de agosto de 2011

Não é novidade para ninguém. Essa semana, a super conhecida fast fashion Zara, foi alvo de denúncias seríssimas envolvendo a forma como suas mercadorias eram produzidas.


A grife espanhola é acusada de maus tratos a funcionários terceirizados em São Paulo e de fazer contratações ilegais, submetendo seus contratados a regime de trabalho escravo. Em recente operação que fiscalizou oficinas subcontratadas de fabricante de roupas da Zara, 15 pessoas, incluindo uma adolescente de 14 anos, foram libertadas de trabalho escravo em plena capital paulista.

A denúncia partiu do programa A Liga, da TV Bandeirantes, que realizou uma matéria sobre o assunto, filmando em uma das oficinas onde a prática ocorria.

Foi a maior operação do Programa de Erradicação do Trabalho Escravo Urbano da SRTE/SP, encabeçada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo   desde que começou os trabalhos de rastreamento de cadeias produtivas a partir da criação do Pacto Contra a Precarização e Pelo Emprego e Trabalho Decentes em São Paulo - Cadeia Produtiva das Confecções. 

As condições de trabalho encontradas pelos agentes e repóteres incluía contratações  ilegais, trabalho infantil, condições degradantes, jornadas exaustivas de até 16h diárias, cerceamento de liberdade, pagamentos abaixo do piso mínimo do país dentre outros. Para evitar denúnicias, os trabalhadores ficavam confinados em cômodos apertados, com pouca janelas e em sua maioria, escuros, pois usavam cortinas escuras para impedir a visão do que acontece dentro das oficinas improvisadas em pequenas casas.


A escravidão ganhar contornos de uma crueldade maior ainda quando observamos que não são todos os trabalhadores que estão sujeitos a essa condição de exploração, mas somente os imigrados indígenas. Todos os trabalhadores brasileiros contratados em qualquer um dos pontos da cadeia produtiva estavam devidamente registrados na Carteira de Trabalho e Previdência Social, com jornadas de trabalho condizentes com a lei, e garantidos em seus direitos trabalhistas e previdenciários. Por outro lado, os trabalhadores imigrantes indígenas encontram-se em situação de trabalho deplorável e indigno, em absoluta informalidade, jornadas extenuantes e meio ambiente de trabalho degradante. Em virtude disso, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) lavrou 48 autos de infração contra a Zara devido as irregularidades. Um dos autos se refere à discriminação étnica de indígenas.

Quem vê as belíssimas roupas da estação nas vitrines das lojas da Zara não imagina que, algumas delas, foram feitas a custas de trabalho escravo. Principalmente porque as peças custam caro. As lojas, sempre tão bem decoradas, com vendedores atenciosos e excelente recepção, mascaram um sistema abusivo de contratação que, tenho certeza, se todos soubessem, não consumiriam. E a pergunta que fica é; por quê, com tanto dinheiro (existem peças de R$ 500,00 ou mais na marca!) submeter seus funcionários a esse quadro? Em que medida vai a ambição humana para permitir esse tipo de coisa?

O que mais me choca é saber que tem gente que simplesmente ignora esse fato. Não se incomodam com o fato de o que estão vestindo ter sio produzido nessas condições, ou que a Inditex (grupo que detém o nome Zara) não teria responsabilidade direta no caso. A empresa tem responsabilidade sim. Nem a Inditex e nem a Zara podem se dar ao luxo de ignorar como as roupas que lotam as araras nas lojas são produzidas. Tem o dever de saber quem trabalha para ela, pois esses trabalhadores estavam produzindo peças seguindo determinações da empresa. Essa é a atividade fim da empresa, a razão de sua existência. Portanto, é dever dela saber como suas peças estão sendo produzidas em qualquer parte do mundo.

Responsável por trazer a marca Zara para o Brasil, em 1998, o presidente da Azul Linhas Aéreas, Pedro Janot, afirmou que o flagrante de trabalho foi um acidente. Acidente? Isso é chamar a nós, consumidores de idiotas.

Fui consumidora da Zara durante bom tempo e algumas das minhas melhores peças de roupa são de lá. Mas não sou otária e tampouco insensível para continuar consumindo de uma empresa que não se incomoda, minimamente, com seus contratados. Pior: com os funcionários que são a base de seu sucesso - os costureiros.

Abster-se desse assunto é, no mínimo, assinatura clara de egoísmo. Quem não se incomoda com o caso Zara e trata como algo corriqueiro é justamente aquele que vai perpetuar essa estrutura injusta, rindo da exploração do próximo.

Enquanto a empresa não se retratar e novas auditorias forem feitas, eu não pretendo consumir um botão da Zara. E tenho certeza de que muitos com o mínimo de senso, farão o mesmo.

Feio, Zara. Muiot feio.


http://www.reporterbrasil.org.br/exibe.php?id=1925

Fica a dica! =)

#Luxo

sábado, 20 de agosto de 2011




Sapatinho de vidro!  Martin Margiela 

Fica a dica! =)

Insetos estão na Moda!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pois é, meninas lindas! Os insetos tomaram conta de vez do mundo da Moda! Em anéis, broches, colares, braceletes, brincos,  bolsas... Além de aparecerem nas roupas, também.

A tendência pode parecer um pouco asquerosa para quem não é muito simpatizante dos animaizinhos... rs Mas acabam compondo um look bacana e super diferente. 

Eles podem ser de metal (dourado, ouro velho ou prata), podem ser  de acrílico ou plástico, com aplicação de pedrarias ou pintados.

Confiram alguns modelos:










Fica a dica! =)

Máscara Hidratante de La Bundchen!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011


Eu sou fã da Rádio Globo.Quando estou em casa, ouço direto, especialmente quando estou no computador. Pois bem, estava ouvindo a Lolô Penteado que colabora no programa do Alexandre Ferreira e ela passou uma receitinha de uma máscara hidratante caseira de nada mais, nada menos que da dermatologista de Gisele Bundchen!!!

Dai corri para anotar a receitinha e postar aqui no blog para vcs! É super fácil! =)



  • 1 xícara de agua
  • 1 xícara de uvas fresca, com pele (qualquer tipo de uva)
  • 2 colheres de chá de oleo de semente de uva
  • 1 colher se sopa de farinha de trigo


Ferva  a água e add as uvas. Deixe ferver por 15 min. Tire do fogo, amasse as uvas até virarem suco. Daí, coe e espere amornar. Add o óleo e a farinha para dar consistência pastosa. Daí é só aplicar no rosto, deitar e relaxa por 20 min (oh, que difícil!!!!). Depois, só lavar com água bem geladinha e remover toda a máscara. Super fácil, não?

Fica a dica! =)

Clássicos da Moda: Jaqueta Aviador

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pois é, o inverno está se despedindo lentamente de nós... =( Nem quero pensar na primavera e depois no famigerado (e para mim, odiado) verão que está por vir! 

Mas enquanto a estação mais quente não dá o ar da graça, eu aproveito qualquer tempinho fechado, qualquer brisa mais fria para carregar nos looks de inverno.

E com essa alta ainda de usar looks mais masculinos ou peças do guarda-roupa dos boys magias, hoje vamos falar de uma jaqueta suuuuuuper quentinha e fashion que tem, justamente, essa pegada mais masculina. É a jaqueta aviador. 

O primeiro modelo clássico de jaqueta aviador foi criado pelo paraquedista Leslie Irvin. A peça foi batizada de A1. Era feita em couro, fechada com zíper e tinha os punhos e a cintura mais ajustados. Em 1917 a Força Aérea Americana adotou a jaqueta como uniforme. Alguns anos depois, em 1930, a pioneira em aviões Amelia Earhart começou a usar a peça que era totalmente masculina (Amelia foi a primeira mulher a cruzar o Atlântico em 1932, quebrando também o recorde de velocidade o para vôo transatlântico. E em 1935, a primeira pessoa a voar sozinha cruzando o Oceano Pacífico!!!). Um ano depois, em 1931, a Marinha fez sua própria versão da jaqueta para os pilotos dos porta-aviões e a chamou de G1. Desde então muitas versões foram criadas, sempre recebendo siglas para o nome, como B1, B3, B15 e M-445

Amelia Earhart

Ela é aquela que é forrada por pele (não necessariamente verdadeira) ou veludo. A pele aparece na gola ou nos punhos, pode ser acinturada e é um modelo muito conhecido, especialmente nas passarelas internacionais.

A gola dessa jaqueta é mais alta e farta que a dos modelos tradicionais e o acabamento é de botões e zíper. Ela é mais curta e um pouco mais larga que outra jaqueta clássica, a tipo perfecto (nome conhecido da jaqueta motociclista). Ela é unissex, em couro ou camurça. E as cores podem ser o caramelo e o marrom, mais clássicas.  Mas também é possível achar jaquetas pretas.





Looks de rua:







Fica a dica! =)

Elegância nas redes ou como não ser ofensivo com estranhos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011


Não costumo tomar partido de discussões na internet. Muitas vezes elas se tornam um grande diálogo de surdos, aonde as partes simplesmente não dialogam, acabando por tentar legitimar seu ponto de vista como mais certo do que o de seu adversário. Mas, essa semana, um fato me chamou a atenção acerca de duas "personalidades" (e está entre aspas não por desmerecimento, mas por terem certo destaque e espaço na rede). 

Bom, uma delas é o crítico de cinema Pablo Villaça, diretor do site Cinema em Cena e do blog Diário de Bordo. A outra personalidade é Lola Aronovich, professora da UFC, com mestrado e doutorado em Literatura em Língua Inglesa pela UFSC e autora do blog Escreva Lola Escreva

Duas pessoas que, apesar de não conhecer pessoalmente, admiro.

No caso do Pablo, não me lembro quando conheci seu trabalho, mas não deve distar de um ano e foi pelo Twitter. Um RT de suas mensagens me abriu um mundo sobre cinema e opiniões com embasamento que muito me chamaram a atenção, sendo um aprazível convite a seguí-lo.

No caso da Lola, eu conheci seu blog por intermédio do chato episódio que ocorreu entre ela e o Marcelo Tas, do CQC. Na época, me lembro como o post que ela escreveu me fez parar algumas horas para ler e conhecer suas ideias no blog. Segui de imediato.

Resumidamente: a história gravita em torno de um único tweet do Pablo, onde ele linka uma piada que, supostamente, denigre a imagem da mulher.


A imagem era, obviamente, uma piada. E a partir daí começou uma batalha onde Pablo é chamado de machista e alvo de ofensas não muito elogiosas por Maria Júlia, outra feminista assumida. Até o momento em que a autora Lola acabou tomando ciência do fato e a discussão ganhou proporções desnecessárias.

Para não ser injusta, voltei nos tweets de cada um dos envolvidos e foi triste admitir que a grosseria começou pelo lado feminino (no caso de Maria Julia) e não do Pablo, que foi acidamente irônico quando atacado (aliás, como sempre o é, de acordo com sua personalidade. Quem acompanha seu twitter sabe disso). A coisa foi evoluindo num crescente de ofensas que, quando Lola entrou na história, já tinha beirado o desrespeito total. Um pleno desperdício de energia de ambos os lados e que só faziam o tema ficar cada vez mais indelicado. E o quadro só se agravou quando as respectivas respostas de cada autor foram postadas (seja pelo twitter ou pelos blogs) e os admiradores de ambos começaram a escrever comentários em defesa de um dos envolvidos. Ai, a coisa se transformou numa baixaria. Ofensas, comentários debochados, abusos. Triste.

Bom, e por que eu escrevo esse post?


Porque tantas trocas de farpas, acusações e comentários ofensivos me fizeram pensar que a educação, o bom-senso e a elegância (e que aqui em nada tem a ver com dinheiro) fazem falta nesse momento. Fiquei refletindo como pode ser tão nefasto o mau uso da internet: quantas pessoas gastaram tempo para saber de algo tão "pequeno" como a briga de Pablo, Julia e Lola, quando poderiam estar desfrutando das informações que disponibilizam para a rede, cada um em sua especificidade. 

O que me deixou mais triste foi ter a certeza absoluta de que, em outras circunstâncias, Pablo e Lola não estariam em lados opostos. Fico imaginando se ambos fossem chamados para um determinado evento, por exemplo, um debate sobre algum filme que retrata as mulheres de forma degradante. Pablo participaria com suas impressões de crítico e Lola como professora e feminista ativa. Ambos não discordariam. Possivelmente se transformariam num coro e seguiriam os perfis de um e do outro, trocando tweets e retuitando mensagens.

Ai, entramos no título deste post "Elegância nas redes ou como não ser ofensivo com estranhos.". Os usuários de internet (e mais especialmente de redes sociais) perderam um pouco do bom senso. Parece-me que o mundo virtual se transformou numa grande terra de ninguém, onde por estarmos protegidos por um avatar, um nickname e não estarmos de frente com cada um com quem travamos um diálogo, podemos dizer o que pensamos de forma arbitrária, sem levar em conta as consequências disso. Parece-me, inclusive, que as pessoas criam mais coragem para denegrir, ofender, acusar e culpar. Arvoram-se de uma verdade que supostamente as colocam acima do bem e do mal. Como se suas palavras não tivessem consequências no "mundo real".

Canso de ver, nas minhas redes sociais, pessoas gastando uma energia fenomenal para insultar outras, criar burburinho, "causar". O que ganha uma pessoa em usar seu tempo para ofender alguém, lançar indiretas ou qualquer coisa parecida? E para que? Se essas pessoas soubessem como é deselegante, não o fariam. Por não citarem nomes, seus comentários só servem para: 1 - a pessoa a que se destina a carapuça e 2 - o restante dos seguidores, que acham infantil e uma perda lastimável de tempo. 

Como na "vida real", as pessoas precisam entender que um mínimo código de conduta necessita ser seguido na internet. O insulto praticado virtualmente é tão ofensivo quanto o feito "ao vivo e em cores". E ambos, nos casos mais drásticos, podem acabar em processos.

Voltando ao assunto Pablo/Lola:

Pablo postou uma piada. Júlia e Lola tem todo o direito de não gostar dela. Tem, inclusive, o direito de externar isso.  Sobre isso, Lola fez um interessante comentário em seu blog que me fez admirá-la ainda mais:
Estes foram os escorregões. Não creio que seja o fim do mundo, ou que valham pra marcar Nassif, Bule ou Pablo como machistas para sempre. Só revela um tantinho de ingenuidade desses homens. Tipo, eles não notaram que aquilo que postaram poderia ofender algumas pessoas? Não acho que seja má fé, sério mesmo.
Lola, foi ainda mais fundo na questão. Postou:

No caso do Pablo, só sei de uma reação: a de uma tuiteira feminista chamada Julinha, que respondeu ao tweet “Como conquistar as mulheres” com um “Só se for a sua”. Aí é que surge o verdadeiro desafio: como os caras reagem a essas reações? Porque escorregar é normal, mas como você se comporta ao ser criticado? O que você faz quando te apontam que você errou? Ninguém gosta de ser criticado (eu não acredito em quem diz que gosta). É sempre incômodo. 
Eu acredito que Pablo não se sentiu incomodado em ser criticado. Acredito que ele se sentiu incomodado em ser insultado de forma deliberada. Numa ponderação posterior, ele mesmo admitiu:
Vale ressaltar, inclusive, que neste meio tempo uma outra leitora (e que foi minha aluna em Manaus) enviou um tweet condenando a piada, mas educadamente - e que a respondi com similar educação, sem ironias ou agressividade.
Esse assunto me faz pensar também em intolerância. Fiquei ponderando: se postar uma piada como a que Pablo postou é ofensivo, então não podemos fazer piada com mais nada. Da mesma forma como se faz piada com mulheres, se faz com homens, com negros, com gays, com estrangeiros e com religiosos. E todos riem, em algum momento. Mesmo sabendo que "não é certo", que "não deveriam". Externar discordância dessa piada não ofenderia a Pablo, que, como bom ser racional, entenderia e respeitaria o posicionamento da pessoa. Creio que esse foi o ponto em que Júlia não entendeu e de onde originou-se toda a confusão.

Neste momento, me lembro do filme Borat. É impossível não se sentir incomodado com todas as piadas feitas com as minorias, maiorias e etc no filme. Mas mesmo assim, em algum momento, se ri. Nem que seja da genialidade de um cara em implodir toda uma ordem estabelecidas de esteriótipos, para mostrar que simplesmente não há sentido neles. Mas se ri. E se ri porque possui verossimilhança. Só rimos do que temos contato, do que conhecemos minimamente. Vai tentar ler uma comédia de Aristófanes sem as notas de rodapé. Você não acha graça de nada.

Agora, o fato de você não concordar com algo de alguém lhe dá o direito de insultar? Creio que não. Pablo é ateu assumido e diversas vezes faz comentários relacionados à igreja, religião ou fé dos quais eu (religiosa) não concordo. Mas nunca me senti tentada a responder algum desses comentários e o dia que o fizer, não o insultarei, mandando-o calar a boca ou algo parecido. Violência só gera violência. E da mesma forma que meu senso democrático me diz que ele tem direito de se expressar na forma como bem o convenha, tenho certeza de que o senso dele diz o mesmo, inclusive, de ouvir a minha expressão. E não trocaremos farpas por isso.

Igualmente para Lola. Não sou feminista, mas respeito e admiro sua militância. Acho seus textos inteligentes e com tópicos que já me fizeram refletir bastante sobre que posicionamento eu, como mulher, posso/devo ter na nossa sociedade. E, da mesma forma, algumas ideias dela ou comentários me pareceram extremistas. E nem por isso a ofendi. São as convicções dela. Não cabe a mim ficar atirando pedras se não concordo. Mas, se um dia eu fizer um comentário (educado) contrário, tenho certeza, ela não vai me ofender por isso.

O ponto que mais pega aqui é que muitas vezes 'não concordar' não significa 'ofender'. Possivelmente ambos, Pablo e Lola, seriam bem taxativos quanto aos seus pontos de vista. Cada um, de acordo com sua opinião, reafirmariam suas razões em não acreditar em Deus ou de ser Feminista. Não concordar com eles não me dá (e nem a eles) o direito do insulto. 

O mais "engraçado" foi ler os textos de cada um em seus blogs, fruto de reflexão diante do ocorrido, e notar que o mesmo bom senso que existe em um, impera no outro, ainda que discordando sobre o fato. Como se, de cabeça fria, ambos concordassem com o óbvio.

Pablo (como eu, você e todos nós) tem direito a liberdade de pensamento e de expressão. O problema é que se confunde liberdade de expressão com liberdade de ofensa. E isso é muito triste. Deselegante. Revela feio egoísmo.

Desculpem minha intervenção. Mas sempre acreditei que o espaço deste blog estava a serviço da beleza e também da opinião. E simplesmente não pude me abster. Aos autores: isso não é uma provocação e tampouco deboche.

Para os ledores deste blog, o conselho: moderação e respeito na internet e redes sociais.

Para aqueles que desejarem conferir os posts:


Fica a dica e meu respeito a ambos autores.

A moda do laço

Amarre-se! É um charme!


















Fica a dica! =)

Pense nisso...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Fica a dica! =)

Para aquele que tem me completado dia após dia, há sete anos.

domingo, 14 de agosto de 2011







I love you. Most Ardently.

Fica a dica! =)

Dia dos Pais

Ele pode até pegar no seu pé, mas é um fofo!



Feliz Dia dos Pais! 

Fica a dica! =)

The Sweet Things

sábado, 13 de agosto de 2011














Fica a dica! =)

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