O filme Cisne Negro (Black Swan) está causando frisson. Bela trilha sonora, enredo denso, excelente figurino. Como se não bastasse, revela ainda o mundo obscuro do ballet, mostrando que nem tudo é graciosidade e leveza.
O filme retrata a história de uma bailarina escolhida para ser a protagonista do Lago dos Cisnes. Não vou me ater ao enredo, pois outros sites já o fizeram muito bem (esse e esse, por exemplo).
O Lago dos Cisnes foi o primeiro ballet clássico que permitiu aos bailarinos uma interpretação e uma personificação dos personagens porque exigia a reprepresentação de um animal num corpo humano. Isso foi uma novidade para a época romântica. Até então, as bailarinas e bailarinos ficavam e (ainda ficam) escravos
delas e das marcações dos coreógrafos. Por isso que há padrões no ballet e isso significa que todos devem dançar da mesma forma.
O Lago dos Cisnes foi o primeiro que permitiu uma quebra desses padrões, dando liberdade de interpretação. A melhor Odette até hoje foi a linda Margot Fonteyn com seu partner maravilhoso Rudolf Nuriev, fizeram performances lendárias.
Num dos atos desse ballet, temos A morte do Cisne. Trata-se de um cisne, se debatendo até a morte. Dizem os entendidos que não houve quem se igualasse nessa performance à bailarina russa Anna Pavlova, cuja graciosidade e intensidade lhe renderam fama nos idos de 1905. A coreografia é executada pela bailarina toda na ponta, trajando branco. E é aí que nosso post ganhar sentido (a notícia é velha, mas queria compratilhar com vcs).
Karl Lagerfeld, diretor criativo da Chanel há mais de duas décadas, seguiu os passos da mestra Coco Chanel e desenhou a fantasia para a estrela do espetáculo “A morte do cisne”. Esse espetáculo comemora o centenário da companhia Ballets Russes de Serge Diaghilev. Foi a própria designer que criou as roupas para a primeira versão do balé apresentado no Teatro de Châtelet em Paris logo após a Primeira Guerra Mundial em 1919. Ela era amiga de Diaghilev.
A Ballets Russes foi de extrema importância no século XX e influenciou todas as formas de balé contemporâneo. Seus 20 anos de existência, de 1909 a 1929, entraram para a história da dança com o nome “Época de Diaghilev”.
Lagerfeld durante o processo de criação da fantasia admitiu sua fascinação pelo balé (#phyno) e contou que quando criança se impressionava com as imagens de Anna Pavlova dançando.
O Kaiser, então, criou o tutu que é usado pela primeira bailarina Elena Glurdjidze neste espetáculo. A roupa possui mais de 2500 plumas de aves diversas (avestruzes, perus, galos e galinhas), além de tule. O que tomou mais de 100 horas de trabalho nos ateliers da Maison Chanel.
Será Elena que dançará o famoso solo de 4 minutos de “A morte do cisne” que originalmente foi criado para a renomada bailarina Anna Pavlova em 1905. “A aparência equivale a 50% da representação, por isso é muito importante ter uma bela fantasia”, diz a bailarina.
Confecção do Tutu |
Apresentação privê da Morte do Cisne |
Elena Glurdjidze trajando Tutu e o Kaiser |
Elena Glurdjidze em performance trajando Tutu |
Durante a prova final do tutu Elena Glurdjidz performou o lendário solo para Lagerfeld na famosa sala de provas da Chanel, o qual foi filmado e poderá ser assistido no filme abaixo.
E para aqueles que desejam ver outra versão da Morte do Cisne, emocione-se com essa, da bailarina Uliana Lopatkina:
Fica a dica! =)
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