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Moda "Inspired": o que temos a dizer sobre?

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

De uns tempos para cá, venho observando uma onda "Inspired" nos produtos de moda, blogs e afins. É bolsa inspired, sapato inspired e etc...

Quando eu lia esse termo nas reportagens, eu imaginava justamente ao que ele se remete: peças inspiradas nos originais, fossem eles nacionais ou importados. Ou seja: uma bolsa Chanel Inspired poderia até ter o matelassê  ou a famosa alça de correntinha, só que num formato diferente, em cores diferentes... em fim, seria OUTRO item.

Mas o que vejo são cópias descaradas dos produtos. Algumas marcas Brasileiras resolveram copiar o design de bolsas famosas de marcas renomadas e caras criando uma linha inspired. A mais conhecida é da Mulberry.


Alexa Inspired da Pop Up e a Birkin Inspired da 284 (esquerdo) vs a Alexa da Mulberry e Birkin da Hermès (direito). 

É ótimo para nossos parcos bolsos, que não possuem a oportunidade de adquirir esses itens, mas acho uma lástima dar um nome bonitinho a uma prática que na verdade conhecemos por outro nome: "pirataria".

Pensemos: você pensa todo um conceito de uma coleção, escolhe cartela, cores, acessórios... Desfila, coloca nas suas lojas e faz um tremendo sucesso. Daí, uma leva de marcas resolvem (despudoradamente) copiar os modelos, mudando cores ou tecidos, apelida carinhosamente de "Inspired" e ganha dinheiro a custa da criatividade alheia. O que os diferencia dos camelôs da Uruguaiana ou da 25 de Março, que vendem milhões de coisas Inspired todos os dias e são presos ou sofrem perseguição? Qual é a lógica?




Li posts muito bons nos blogs Diva Diz e Louboutin Girls sobre o tema. E concordo com as autoras: a falta de originalidade é óbvia e o oportunismo surge disfarçado pelo desejo de todas nós em termos itens dessas marcas famosas.  Qual a ética de quem copia com fins lucrativos? No que ele se diferencia do camelô?

O pior é perceber que ao invés de ficarem encalhadas nas prateleiras de suas lojas, as inspired estão aumentando. E aceitamos passivamente a prisão de diversos camelôs e vendedores nas ruas populares brasileiras enquanto consumimos as inspired por ai. Tem sentido?


Há aqueles que defendem a moda inspired, argumentando que foi justamente para atender o desejo das fãs das it bags (ou it shoes). Segundo essas pessoas, as inspired não deixam nada a desejar para a original e não são fakes porque levam a logomarca da grife que a confeccionou, apresentando, por isso mesmo, qualidade acima das piratex.

Mas vamos analisar por outro ângulo:

Vítima de pirataria, a nossa querida marca Melissa resolveu se manifestar no blog da marca, revelando sua posição quanto às cópias ilegais que fazem das suas peças. Segundo a grife das sandalinhas de plástico, em 2009, o número de cópias aumentou, rendendo reclamações de consumidoras.

"A Melissa investe muito dinheiro e talento em pesquisa e desenvolvimento para criar uma experiência única para as suas fãs. Nosso preço (...) reflete o longo processo que é necessário para obter tamanha qualidade em design", diz o manifesto. Segundo eles, comprar as cópias falsificadas está muito longe de significar economia, considerando as consequências negativas dos produtos ilegais, sejam elas ambientais ou criminais mesmo. Eu (como muitas consumidoras) nos revoltamos em ver cópias tão descaradas da Melissa. Por que somos benevolentes com as grifes brasileiras que copiam as marcas estrangeiras?

Respeito quem gosta de peças inspired, mas não posso dizer o mesmo em relação a quem produz estas peças. Cópia é cópia e dar um nome bonitinho ao ato não o torna menos feio. 

Fica a dica! =)

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