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Um papo sobre consumismo.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Estava vendo telejornal e a reportagem chamava a atenção para o fato de cada vez mais os brasileiros estarem se endividando com cartões de crédito. Isso tudo por conta do crédito facilitado e das imensas (e convidativas) formas de pagamento. As compras, de alegrias, se tornavam pesadelos: uma bola de neve interminável de juros e que só se acumulava com empréstimos e mais empréstimos em consignadoras.

O mais alarmante é que muitas jovens (sim, nós, meninas!) se afundam em dívidas intermináveis no cartão e ficam com suas continhas zeradas ou, quando pior,  no vermelho por conta de compras descontroladas.

Todo mundo aqui já viu, em algum lugar, aquele famigerado passo a passo de como evitar compras desnecessárias. Não vou me abster disso. Mas antes, vamos analisar uma coisa que poucos parecem se ocupar. Por quê comprar?

Vivemos numa sociedade que valoriza o ter em detrimento do ser. Conheço muitas pessoas com uma riqueza interna absurda. Gente com cultura, valores... Gente, as vezes, só simpática, mas que não chamam a atenção porque não possuem aquela estética desejável. Não se vestem como dita a Moda, não possuem o celular de ultima geração, sequer cogita comprar um tablet... E daí eu pergunto: elas são menos gente que você, consumidora disso tudo?


É lindo e eu tbm quero. Mas responda sinceramente: precisamos?

Vivemos um período de valorização de um consumo que sequer temos TEMPO para consumir. Mal compramos uma tecnologia e já existem dez mil outras a nossa espera. Celular hoje se tornou tão fácil, tão descartável, que nem ligamos se temos pilhas e mais pilhas de caixas em nossos armários com aparelhos antigos em ótimo estado, mas que foram legados ao ostracismo do uso pelos seus "irmãos mais novos e modernos".

Já se perguntou se você realmente precisa comprar um novo computador? Se você de fato precisa de mais um par de tênis?

Só é bonito e engraçado no filme...
Na Moda esse descontrole é quase que total. E eu admito que é difícil resistir. Acompanhamos coleções, desfiles. Vemos em blogs e revistas especializadas fotos das It's girls mais badaladas usando looks desejos com peças que também desejamos. É dificil, as vezes, passar em frente é uma lojinha com a tentadora chamada na vitrine de "70% off" e não comprar nada, mesmo você tendo certeza de que nada naquela coleção você, de fato, precisa.

Não estou pregando aqui o fim do consumo. Somos pessoas vaidosas e claro, comprar uma roupa bonita, se agradar, é antes de tudo um direito nosso. O que estou dizendo é que não precisamos daquilo para sermos mais ou menos it.

As it gilrs vão continuar sendo it, independente de você se vestir ou não como elas. Você  vai continuar sendo uma pessoa comum, que paga contas, que trabalha, que vive com seus vizinhos e não uma multimilionária que pode gastar rios de dinheiro com coisas de que não precisa. Minha mensagem é: você não tem que aparentar algo que não é.

Eu mesma tenho esses desejos. Não me eximo deles. Mas sempre que compro algo para mim, busco comprar coisas que de fato não perderei tão cedo. Peças clássicas. Acima de tudo, compro coisas que ficam bem em mim. O que a Olivia Palermo ou Alexa Chung vestem pode fica lindo nelas, mas será que em mim vai ficar? Difícil...


Ora, se eu não sou como ela, por quê gastar como ela (pior, ela nem gasta: ganha!) e me endividar para parecer algo que não sou, pretensamente porque tenho os mesmos itens que ela (e nem são os mesmos itens, mas similares...)?!

Gustavo Cerbasi, autor de Casais Inteligentes Enriquecem Juntos (eu recomendo!), atenta que não precisamos nos privar de consumir coisas que gostamos. Se nosso prazer por roupinhas e sapatos  nos convida a gastar nesses itens, tudo bem. Mas deve haver um planejamento, de forma que no fim de determinados períodos, você tenha uma reserva de dinheiro para gastar com o que deseja. Não é demais? E se formos espertas, poderemos colocar esse período para coincidir justamente com as trocas de estação e vitrines, onde os preços estão mais em conta e onde podemos fazer melhores escolhas, afinal, se uma estação está acabando, não usaremos aqueles itens em liquidação. Logo, poderemos avaliar melhor o que comprar e não sermos tentadas a consumir vislumbrando possivelmente usar aquele item numa estação que sequer começou.

Uma outra opção de andar na Moda sem gastar rios de dinheiro é visitar o guarda-roupa da mãe, tia, avó... Com certeza lá você encontrará algumas peças que elas não usam mais e que, com acessórios modernos, vai causar o mesmo efeito. Eu achei duas camisas no armário da minha mãe em tom mostarda e azul anil (color block, alô-ô?). E não gastei um centavo! =)

Outra dica é revisitar seu guarda-roupa.  A mesma peça de roupa pode ser usada de infinitas formas, dando diferentes efeitos. Blogs como Hoje Vou Assim Off  já mostraram como é possível.

TPM e desilusões de qualquer natureza são um convite cheio para o consumo. Sabemos da capacidade feminina em nos recompensarmos por algo que estamos sofrendo apenas adquirindo novos itens. Mas nossas continhas bancárias não tem culpa disso, tem? Pior: é burrice. A crise passa e o  saldo negativo fica. O chocolate é mais eficiente e depois com uma corrida, a gente perde! rs

Não sou contra o consumo. Sou contra parecermos quem não somos.

Fica a dica! =)

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